A polarização extrema na política brasileira é resultado de diversos fatores, que incluem:
Crise econômica: O Brasil tem passado por uma crise econômica prolongada, com altas taxas de desemprego, inflação e instabilidade financeira. Essa situação gerou um sentimento de insatisfação e desesperança em grande parte da população, o que acabou favorecendo o surgimento de lideranças políticas com discursos radicais e simplistas.
Corrupção: A corrupção é um problema crônico no Brasil, e a Operação Lava Jato, iniciada em 2014, expôs esquemas de desvio de dinheiro público em proporções inimagináveis. A revelação desses escândalos trouxe à tona a falta de ética e de compromisso com a coisa pública de muitos políticos e partidos, o que contribuiu para aumentar o descontentamento e a desconfiança da população em relação ao sistema político como um todo.
Fragmentação partidária: O Brasil tem um sistema político altamente fragmentado, com dezenas de partidos disputando eleições e ocupando espaços no Congresso Nacional. Essa fragmentação dificulta a construção de maiorias estáveis e impede o avanço de reformas importantes para o país. Além disso, muitos partidos são formados apenas com o objetivo de obter vantagens pessoais e políticas, o que gera ainda mais desconfiança e descrença da população em relação aos políticos.
Redes sociais: As redes sociais são um fenômeno relativamente novo, mas que têm exercido uma grande influência na polarização política no Brasil e em outros países. A facilidade de disseminação de informações falsas e a formação de bolhas ideológicas têm levado muitas pessoas a se radicalizarem em suas posições políticas, gerando confrontos e conflitos nas redes sociais e fora delas.
Falta de diálogo e tolerância: Por fim, a polarização política no Brasil tem sido agravada pela falta de diálogo e tolerância entre pessoas e grupos com visões políticas diferentes. O clima de hostilidade e ódio mútuo tem dificultado a construção de soluções consensuais para os problemas do país e tem aumentado a sensação de polarização e fragmentação política.
A diferença entre esquerda e direita na política pode variar de acordo com o contexto histórico e cultural de cada país, mas geralmente a esquerda é associada a posições mais progressistas e igualitárias, que defendem a intervenção do Estado na economia para garantir a redistribuição de riqueza e a proteção dos direitos sociais. Já a direita é associada a posições mais conservadoras e liberais, que defendem a liberdade individual, a iniciativa privada e a redução do papel do Estado na economia. Essa polarização se reflete em diversas áreas da política, como no debate sobre políticas sociais, direitos trabalhistas, regulação financeira e comércio internacional.
O movimento direitista no Brasil não teve um início único e definido, pois suas origens remontam a diferentes momentos da história política do país.
Podemos identificar algumas correntes conservadoras e de direita no Brasil desde o período imperial, como o Partido Conservador, que dominou a cena política nas primeiras décadas do século XIX. Durante o regime militar (1964-1985), houve um fortalecimento do conservadorismo, com o apoio de setores da sociedade que viam na repressão e na manutenção da ordem uma forma de garantir a estabilidade política e econômica do país.
Nos últimos anos, porém, tem havido um crescimento do movimento direitista no Brasil, impulsionado por questões como o combate à corrupção, a defesa da família tradicional, a crítica ao marxismo e o repúdio ao chamado "politicamente correto". Esse movimento tem se manifestado em diversas formas, como a organização de grupos políticos e sociais, a produção de conteúdo na internet e o apoio a líderes políticos conservadores.
Quando um país está dividido politicamente, é comum que diferentes grupos da sociedade sintam os efeitos negativos dessa divisão. Em geral, as pessoas que mais sofrem são aquelas que estão em situação de vulnerabilidade social e econômica, como os mais pobres, as minorias étnicas e sexuais, os imigrantes e os refugiados.
Isso ocorre porque esses grupos muitas vezes não têm acesso aos mesmos recursos e oportunidades que outros setores da sociedade, o que pode ser agravado quando a polarização política leva à adoção de políticas públicas excludentes ou discriminatórias.
Além disso, a polarização política pode aumentar a violência e a intolerância, gerando conflitos sociais e prejudicando a convivência pacífica entre as pessoas. Quando a polarização se torna extrema, pode haver um enfraquecimento das instituições democráticas e uma maior instabilidade política e social, o que pode afetar negativamente a economia e o bem-estar da população em geral.